Da amplitude à plenitude
A vida é um grande tecer. Tramas, costuras e entre pontos, alcançar o pertencer.
Faz, desmancha, refaz, mas nada feito é perdido e nos torna cada vez mais capaz.
Quanto maior o tempo de costura, mais memórias de amor, de dor de todo esse viver que é aventura.
Todos somos convidados a aprender ponto por ponto, mas nem todos estão dispostos a se descobrir de verdade como contraponto.
É preciso coragem e determinação, pra aceitar amplitude e profundidade do aprender pro caminho da evolução.
Quem aceita o convite, se abre pra coser, alinhar e uma grande história entregar.
Quanto é possível assumir posto de costura e própria agulha e através do amadurecer se tornar luz e fagulha.
Assim Ninete fez e inspira. Mostra que cada grande tecido ou pequeno retalho, o melhor ela aspira.
Nascer já foi desafio e aí já mostra sua vontade e seu brio.
Se colocou de peito aberto pra viver tudo que vinha bem de perto.
Aprendeu desde a infância sobre discriminação e diversidade e com essas linhas foi tecendo sobre inclusão e representatividade.
A dificuldade ensinou a valorizar e os sentimentos a no lugar do outro se colocar.
Ora pontos acima, ora pontos abaixo na trajetória, menina foi tecendo com honra e gosto sua própria história.
Ampliou conhecimento com afinco e dedicação. Tudo teria contexto e se juntaria à missão.
Abrangência no conhecer, alegria no saber e intensidade imensa no viver.
Encontrou desafios inimagináveis e se deparou com dores incalculáveis.
Perdas, desalinhos, sentimentos profundos de transformação. Tudo foi fazendo parte do grande tecer da sua evolução.
Olhava pra cada ponto e também cada nó e mesmo não compreendendo, esgotava cada experiência até virar pó.
Enquanto costurava com gosto cada tecido da jornada, se perdia em ideias, pensamentos e desejos que se colocavam na caminhada.
Quanto mais se dedicava a linha e agulha pra seu costurar, mais propósito da alma se fazia presente pra manifestar.
E mesmo frente às dores que continuavam a surgir, em cada uma delas sua fortaleza e leveza se faziam emergir.
Aceitou cada acontecimento e reconheceu cada um como encaminhamento.
O que vem é tecido que vida manda e o que faz com o que vem é seu coração e sentir que comanda.
Veio dor que anestesia, veio desafio que trouxe paralisia.
Tudo alma enfrentou como conseguiu, se fartando de toda a ajuda que surgiu.
Com toda a vontade e intenção, se colocou aberta e pronta pra tecer sonhos, conhecimento e conexão.
Começava a linda convergência de todo seu viver e saber na experiência da abrangência.
Uniu a linda costura da sua trajetória com o melhor da conexão com a história.
Encontrou propósito e sentido em tudo que teceu e tinha construído.
Seguiu firme a direção do linha, com cada tecido de acontecimento que com a vida vinha.
E depois do mergulhar na amplitude, se encontra em si, no seu lugar, com amor, missão, cuidado e plenitude.