De volta para a casa e para o meu lugar
Em casa, na família é o início da jornada. É onde se aprende tudo que se sabe, antes de começar a caminhada.
É no ninho que se vive valores, virtudes e se adquire percepção e que depois se aventura no mundo para partilhar tudo através da conexão.
Reforçar, ressignificar, flexibilizar… muitos são os verbos que vamos aprender a conjugar.
Porque o que se aprende é válido, mas é apenas faceta, ponto de vista e na convivência, tudo que passa pela consciência, passa em revista.
E nessa dança de verdades, percepções e questionamentos, vamos construindo quem somos enquanto buscamos caminho de volta com liberdade, individualidade e pertencimento.
Com a Alessandra, foi assim que aconteceu. Uma história para uma busca de quem era, de quem é e do lugar que sempre a pertenceu.
Veio desejada, amada. Era arteira, tímida e sempre muito oportunizada.
Nasceu em contexto de dor. Tema que acompanharia sua história para ressignificado e viver de forma plena e incondicional o amor.
Dores e desafios também quando saiu para o mundo. Deixou de acessar expressão e liberdade e se colocou num lugar mais escuro e profundo.
Lugar que não era seu, mas que só através da experiência e do autoconhecimento percebeu.
Foi nas relações com as pessoas e todas as suas adversidades, que foi percebendo diferenças e dificuldades.
Temperamento forte, com decisão, atitude e independência, tudo para dar certo e foi pagando o preço, se colocando à frente e trazendo o masculino pra bem perto.
Renegando a pausa e a espera, fazendo de dor e desafio momento de entrega.
Suportando o que vinha, com postura equivocada, até que alma começou a pedir seu feminino resgatado para seguir caminhada.
Foi mergulhar em própria conexão, lapidar uma a uma, cada relação.
E o que era cobrança e dureza, deu espaço aos poucos, para vulnerabilidade e inteireza.
O servir também com papel crucial, trouxe o enxergar e o viver de um lugar especial.
Cada papel e cada faceta da mesma mulher desconstruída, ia aceitando lugar e encontrando essência que lhe foi pela vida atribuída.
Aprendizado sobre paciência, aceitação e soltura, para viver de forma verdadeira e completa sua história, essa linda e transformadora aventura.
Grande lição sobre confiança e tempo para cada coisa na sua jornada, enquanto apazigua a alma e traz clareza para o ser e o servir da caminhada.
Olha para traz para poder olhar para frente, enquanto escolhe fazer a costura da vida de forma diferente.
Um resgate do lugar do feminino, que acolhe, nutre, recebe e espera para equilibrar a energia do masculino.
Uma grande transformação de entendimento e expressão da dor, que na guiança da vida encontrou espaço, ressignificação e amor.
Compreendeu tudo que foi e viveu. Honrou família e história que sempre a pertenceu.
Encontrou entendimento e um olhar para si com compaixão e doçura, que trouxe para o caminhar a beleza e a candura.
Sabe que tudo foi importante para chegar em momento transformador e determinante.
Uma buscadora cada vez mais consciente e cada vez menos impaciente.
Sabe que foi para o mundo para se perder e se encontrar e assim estar pronta para ir de volta para casa e para o seu lugar.