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Duas vidas em uma vida

De repente, uma mulher volta a ser menina nas recordações de sua história… e dentro dela, descobre duas vidas, voltando a ser uma mulher que aprendeu a ser feliz…

Melissa nasceu num lar turbulento e cheio de conflitos. Sua mãe não ficava à vontade pra expressar emoções, deixando em evidência apenas sua força. Mas essa força, ensinou Melissa a lutar por si mesma. Seu pai também se rendeu às dificuldades em lidar com suas emoções, mas preferiu a fuga, se apoiando na fantasia que se atinge com o consumo não controlado do álcool. Esse antagonismo à força da mãe mostrou pra Melissa, mesmo em meio à certa vergonha, que seu pai era muito generoso e preocupado com ela, quando sempre lhe perguntava se ela era feliz…

Ela, mesmo muito pequena, tinha uma consciência intuitiva que não era, mas que com certeza seria!

As diferenças na forma de enxergar a vida e lidar com os desafios, levou Melissa a perceber sua família partida. As vidas do pai e da mãe dividiam um mesmo espaço, mas seus corações seguiam, solitariamente, rumos distintos no sonho de futuro desenhado.

Melissa viu sua família se desfazer, se apegou demais à sua mãe, que vivendo seu próprio processo, não conseguiu ajudar a assustada menininha a entender seu novo mundo e todas as novas emoções que vinham com ele.

Ela então cresceu e foi descobrir por si! Fez o melhor que pode, com um entendimento do todo que ainda não tinha e começou um movimento contrário do fluxo para exteriorizar seus sentimentos contraditórios e não resolvidos. Se sentia carente,
submissa e desprotegida. Queria só o contrário…

Tinha firme a vontade de descobrir como era ser feliz. Mas a nova vida dentro da vida, não estava pronta pra nascer… ainda!

Passou por relacionamentos que reescreveram padrões familiares, um após outro, num total de três, que a mantiveram na carência, na submissão e na busca cega por proteção.
Confundiu sentimentos e não seguiu sua consciência, que aconselhava o ponto final. Melissa entendia o que a vida pedia, mas o movimento de saída não fluía. Seu lado cuidadora, sua necessidade de proteção superavam a autoestima que tentava brotar tímida, mas não tinha a força do momento certo.

Foram 20 anos autodestrutivos, onde até o medo de si era grande. Percebia que fazia voltar pra ela tudo que sentia de ruim em relação ao outro. Não tinha liberdade de canalizar de forma correta, então correu pra se desconstruir como forma de se expressar e agredir. Se sentia perdida de si. Tinha consciência de suas experiências, mas não conseguia fazer diferente. Ainda assim continuou seus dias na inconformidade. Ia descobrir essa tal felicidade, descobrindo quem era ela… a Melissa!

O movimento que sempre foi contínuo, dessa vez foi também efetivo. Buscou a autoescuta, fez revisão da sua história e aprofundou-se no autoconhecimento. Deu um basta no tentar e foi ser! Ser ela mesma! Dona de suas escolhas e consequências.
Se abriu a um movimento maior e se fez.

Encontrou apoio no espiritual e encontrou na formação de psicologia o sentido que tanto procurava em anos de trato com o outro. E com esse despertar, rompeu padrões e assumiu sua história, seu presente e a construção positiva do seu futuro. A superação e a felicidade das pessoas que auxiliava, inspiraram muito nessa conquista.

A independência emocional chegou. TRANSFORMOU carência em autoestima, submissão em amor próprio.

Descobriu que não era um erro em seu núcleo familiar… era apenas diferente e queria fazer diferente!

Experimentou a sensação de deixar a culpa ir, dando lugar ao fortalecimento, ao conforto de novos laços com si mesma. Se tornou inteira e tomou posse de suas melhores e mais novas decisões.

Hoje vive a própria companhia. Às vezes palco, às vezes plateia, mas agora na certeza de escolher muito bem os personagens que farão parte desse enredo de felicidade da nova vida dentro da sua vida, que fala de TRANSFORMAÇÃO da pessoa mais importante pra Melissa: a própria Melissa!