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Remando para a vida

Peito aberto pra vida, seja qual desafio ela impõe. Braços fortes se descobrem, em águas frias e profundas que destino dispõe. Vem comigo por mar aberto e cheio de lições. Fica perto e descobre como ela encontrou remada, num turbilhão de emoções.

Deborah se sentia diferente dentro desse imenso mar. E a pequena menina não teve chance de marola nem raso pra iniciar. Vida mostrou cedo, que grandes desafios ela iria encontrar. Mar revolto que faz bom marinheiro diz o ditado. História da menina, levou isso no riscado…
Memórias boas construídas junto ao mar… Algumas com pés na areia. Mas o fascínio pela água, ainda não faz lugar no todo que ela anseia.
Como onda que quebra avança forte rumo ao incerto do que tem que ser, foi deixando o destino indicar o caminho sem muito escolher. Onda que vai, volta e traz o que não pode ficar e nesse retorno levou cedo e duro, uma conexão de irmandade que Universo entendeu por encerrar. Que duro bateu no peito. Dor que fez sangrar. A menina, agora sem direção, se via na tristeza afogar…
Mas não perde o suspiro da vida, quem veio pra muito entregar. A dor veio com força pra fazer norte, pra mostrar o pelo certo a lutar. Deborah entendeu o sentido que estava levando a maré. Enfrentou com coragem, o que seu desamor no nada, no vazio, insistia em ver miragem…

Com braços abertos e firmes, em suas costas pesou a responsabilidade. Mas ainda assim continuou navegando pelos mares da saudade. Ombros largos. Carga pesada. Sempre forte em busca de avistar terra assentada.

Quem faz barco pra mar turbulento, espera arrimo e sustentação. Nunca pensa que novo tripulante, vai trazer ainda mais provação. Tempestade em mar aberto é pra dispensar limite pra transformação. Enfrentar sozinha com companhia no barco, é pra sofrer mais o coração.
Quanta tempestade a forte menina teve em seu caminho. Cada uma que vinha mudava um tanto e mais um pouquinho. Cada parte retirada de si era marca na vida desse mar. Perdeu muito. Desnorteou e voltou cada vez que a direção precisou reencontrar…
No profundo da maternidade, chegou em águas também de revolto… Cada experiência trouxe únicos legados e emoções de mares nunca antes navegados. Quanta onda seu mar se fez. Quanto aberto e resiliente seu coração se mostrou. Quanto carinho se fez necessário para aceitar. Não só o vivido pra ser mãe, como o que perdeu espaço no seu corpo e precisou reencontrar seu lugar.
Tempestade passa. Onda grande diminui. Mas vivência desse tipo, no restante da vida influi… Como buscar terra? Como voltar pro chão assentado? Quem em balanço a vida vive, vai saber em terra firme pisar? Consegue se sentir aterrado?

Peito aberto sempre. Desceu em terra pra nova caminhada. Redescobrir seu corpo e como queria o restante da sua jornada. Foi firme com quem precisava. Decidiu por quem mais importava. E em primeiro lugar na sua vida, pela primeira vez ela estava!

Que vitória em solo fértil descobriu. Quanto auto amor se permitiu. Fez às pazes com a nova imagem e se mostrou total força e coragem. Mas quem ama água, não consegue esquecer, o vínculo que com ela, só de imaginar, faz coração aquecer.
Seu barco virou canoa. Sua memória de infância na água ressoa. Seu corpo encontrou o remar. E essa mais nova paixão fez as cicatrizes positivar… Quem diria que a mesma água que tanto trouxe desafio, seria a água que não iria mais ser desvio. Encontro sagrado… de quem ela se tornou com seu maior legado. Mulher forte que orienta marinheiro novo, à não sensação do desencontrado.

Em cada remada, um novo encontro com a vida. Em cada dia, uma nova oportunidade. Transformar sofrimento em possibilidade. Levar exemplo. Levar história. Mostrar de peito aberto tudo que a vida dela fez memória.

Essa nova etapa é esperança e renovação. Não só pra Deborah que a vida encheu de motivação, mas também pra todas que com ela pegarem carona nessa canoa de amor. Canoa pra encontrar sentido pra qualquer lugar que canoa da vida for….