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Construção da amizade com a imprevisibilidade

Muitas coisas na vida são difíceis de enxergar. Não por falta de visão ou descaso, mas por não conseguir aprofundar o olhar.

Às vezes, as dores. Desafios e conflitos pessoais nos levam a entristecer a alma e tornar as belezas impessoais.

É como se o bonito não tivesse cor e o carinho não expressasse o amor.

Um lugar de dificuldade de a si próprio olhar com compaixão e à partir daí, não ter mais do todo a real visão.

Mas vida sabe quanto há de amor e beleza e vai se fazer instrumento para devolver afeto e fortaleza.

Mostrar o quanto há de aprendizado e fartura nessa grande e linda aventura.

Vai se valer de tudo de melhor que existe com grande generosidade, até provar que tudo é belo, bom e grandioso dentro dessa grande caminhada repleta de imprevisibilidade.

E entre os altos e baixos, conquistas e dificuldades, a vida vai te fazer com ela e seu caminho, conectar uma grande e verdadeira amizade.

Foi assim com a Ana Carolina e sua trajetória, que trouxe visão, luz e aceitação para toda a sua história.

Nasceu rodeada de amor e afeto, em família feliz, com o melhor sob seu teto.

Infância tranquila, de criança alegre, esperta e comunicativa, que em algum momento da adolescência foi perdendo a alegria e o interagir com a vida de forma positiva.

Uma tristeza começou a tomar conta e sintomas de diagnóstico futuro, no seu presente se aponta.

Deixou de ver de forma literal e momentânea tudo que existia e também o bom e o bonito aos poucos, nada ela via…

Era tristeza e doença se manifestando e sua jornada com a imprevisibilidade começando.

Muita investigação para diagnóstico que trazia dificuldade, enquanto menina lidava com dores, sentimentos, tudo novo e desafiador dentro dessa imprevisibilidade.

Começou faculdade, conheceu o amor saudável que começou como amizade.

Hora de enxergar o lado bom da vida, mesmo com tantas coisas para superar, aprender e lidar com sua estrada percorrida.

E menina que por contexto e tristeza não enxergava toda a beleza que se fazia à sua frente, começou a se tornar mulher que apesar de todos os desafios, via da vida seus lindos presentes.

Percebeu que o não visto também existe, incomoda e faz parte e que também é assim com o amor, o carinho, que se multiplica e se reparte.

Viveu muitos capítulos escritos com doenças difíceis e raras e outros com muita dor e incerteza. E dentro de tudo isso, queria respostas e se descobrir fortaleza.

E nos piores momentos, com o futuro privado de visão, encontrou apoio, amor, acolhimento e compaixão.

Resgatou a prática da fé que nunca perdeu, que com tudo que viveu apenas adormeceu…

Conseguiu enxergar o quanto existia de benção e generosidade, mesmo dentro dos conflitos e da grande dificuldade.

Reencontrou a alegria da Carol criança e dentro dos desafios começou a enxergar a vida, de novo, com beleza e esperança.

Foi no obscuro de tudo que viveu e sentiu até o diagnóstico encontrar, que conseguiu seu melhor sorriso resgatar.

Aquele genuíno e que a luz faz espalhar e que tudo e só o melhor a faz enxergar.

Uma mudança grande que veio do encontro da dor e do amor num lugar de verdade e que nova mulher precisou aprender sobre conexão e amizade.

Expandiu contato e comunidade e foi criar família e pertencimento inspirando e ensinando que existe vida na doença e na dificuldade e que ela é amiga da imprevisibilidade.

Nada é o fim se a vida pulsa e vibra na gente. É sempre o recomeço que vem como presente.

Descobriu um propósito lindo e que de si mesma é muito maior, e hoje enxerga tudo e todos de um ângulo muito melhor.

Sente que a vida é boa e bela de verdade e sabe que deve isso á sua construção de amizade com a imprevisibilidade.