Dar vez para minha voz
Cada um tem sua missão e legado. Assim a história vai sendo construída e cada um vai sendo preparado.
Acontecimento, desafio, tudo é uma grande e linda aventura, que vai trazendo base e estrutura.
Nada nasce e permanece até o fim, afinal mudança vive na impermanência e vida é assim.
Um grande e lindo crescer, a cada busca por ser melhor e seu melhor florescer.
Do silencia ao barulho, um caminho com orgulho.
Do calar ao falar, uma jornada inteira pra explorar.
E na solitude, pra do melhor poder ouvir, tem vez e tem voz o maior propósito no servir.
Descobrir que é instrumento e que tudo serviu pro encaminhamento.
Elis teve essa linda trajetória e percorreu tudo com otimismo e alegria, construindo da melhor maneira sua história.
Infância tranquila, cheia de liberdade. Na cooperação e exemplo, aprendeu sobre compromisso e responsabilidade.
Quando o mundo precisou começar a explorar, se descobriu envergonhada, com dificuldade de se expressar.
Queria muito se sentir segura e empoderada, mas era maior o medo de ser julgada.
Vivia um silêncio que não queria e uma necessidade de ser livre que a invadia.
Quando em silêncio a doença invadiu, começou um caminho doloroso, mas que muito sobre si descobriu.
Precisou olhar para o que não via e iniciar o despertar do que ainda não sabia.
No desafio descobriu força e coragem e ainda ia encontrar a voz que começava a pedir passagem.
No momento mais lindo e mais desejado, viveu sonho e pesadelo lado a lado.
Amor se fez esperança e ninho, enquanto enfrentava doença e dor no caminho.
E quando dor e desafio aumentaram, encontrou fora muitos que ajudaram.
Enfrentava com brincadeira e leveza, porque era essa disposição que a fazia fortaleza.
Foi aprendendo com dores, informação e preconceito, que tinha vez, voz e momento pra seu lugar ser aceito.
O silêncio que sempre se colocou, foi encontrando expressão no momento silencioso que doença autoimune causou.
Abraçou sombras e doença desde sua foz e foi se percebendo ativa, encontrando um motivo pra se fazer voz.
Seu propósito foi encontrando formas de se manifestar, enquanto vivia processo de cura e de despertar.
Sabe que cada dia é um dia e uma escolha se fez, indo ao encontro da saúde integral pra vida, tudo de uma vez.
Corpo, emoção e mente, tudo integrado ao espírito pra fazer morada do bem de forma permanente.
E quando dificuldade veio de novo na porta bater, Elis estava pronta pra com ela renascer.
Buscou lazer como terapia e viu virtudes encontrarem luz em seu dia.
Renúncia necessária do sol pra se cuidar, mas conexão com o mar pra vida ter mais sentido e presença manifestar.
Pratica seus rituais de liberdade pra se colocar à frente da adversidade.
Sabe como é ser e estar no mundo, vivendo o que lhe cabe de um modo muito profundo.
Sabe que o que acontece não é muleta, nem mesmo desculpa pra não sair do lugar. É o que precisa acontecer pra viver e transformar.
Não mudaria nada se pudesse escolher porque foi no processo de cura que abriu mão do silêncio pra expressar voz e fazer causa ter vez.