Na direção da minha vida
São tantas rotas e caminhos possíveis na vida, que fica impossível determinar com precisão a jornada a ser construída.
Entre céu e terra muito por viver, até se encontrar pronta pra assumir direção e pertencer.
É um vai e vem de sentidos e emoção, que faz chacoalhar sentimento pra despertar o coração.
Foi bem assim a história da Lizamar, que entre ventos e brisas aprendeu a aterrar.
Se apossou do que nunca perdeu e se colocou pronta pra viver o que sempre lhe pertenceu.
Criança tranquila, exemplo de tudo. Cheia de delicadeza, com alma de pura sutileza.
Cresceu querendo agradar e com isso a dificuldade em limites saber dar.
Tudo que vinha, aceitava de bom grado, sem voz, apenas com o sorrir como aliado.
Na família, foi primeira em muitas coisas que se fez pioneira.
Mesmo com dificuldades de se impor, vida foi direcionando pra suas limitações ela transpor.
Muitas experiências sensíveis e sutis tal qual sua alma, foram agitando céu e terra pra depois trazer calma.
Voou mundo afora, na condução de outro, sem o sentido do agora.
Idas e vindas pelo céu sem própria escolha, foram construindo ensinamentos pra que mulher sensível se acolha.
Nas nuvens não sentia mais seu lugar e na decisão de parar estava a doença a se manifestar.
Momento de grande desafio e evolução, que trouxe novos rumos e muita transformação.
Um novo horizonte abriu à sua frente e ganhou chance e missão de presente.
Novo sentido, com caminho agora iluminado, colocou terapêutico e integrativo lado a lado.
Ainda sem assumir direção, mas com muito crescimento, percepção e compreensão.
Chegava a hora de poder escolher, não só no trabalho, mas também no amor que queria viver.
Ressignificar o não decidir e deixar condição perfeita para sua vida poder conduzir.
Ficou com o que foi bom de tudo que pra ela foi escolhido e se abriu pro novo sentir e sentido.
E mulher linda, independente e aventureira, começou a mudar o rumo de vida costumeira.
Se percebeu com força e autonomia pra fazer de si prioridade e mais valia.
Buscou no aterrar, a direção de sua vida apossar.
Ia pra onde alma pedir, e com vento e brisa poder dirigir.
Não mais céu sem firmamento, e sim terra e centro com fundamento.
Disse não pra tudo que feria valor e presença e deu lugar pra coragem e solitude como crença.
Colocou limite e aprendeu o poder do não, pra viver leve e certa de seguir seu coração.
Vive livre, leve e reconstruída, com sentir e sentido, na direção da sua própria vida.