Vida de amor, alívio de dor
Tatiane nem deu seu primeiro respiro e a vida já mudava totalmente. Na barriga era fartura, na vida que nasceu, escassez e gastura. Mas onde o amor reina, a bondade multiplica. O pouco vira muito e tudo que de verdade importa, triplica. E nesse exemplo de ter tudo no quase nada, cresceu, sente e vive o que de mais belo existe de maneira disseminada.
A vida deu provas duras mesmo antes dela nascer. Enquanto muitos a vida levavam, a mãe de Tati pensava no sobreviver. Medo do trabalho ela não tinha, vergonha em receber ajuda, também não. Largou vida boa mas triste, porque o que mais importava era o coração.
Coração esse que era grande, enorme. Esbanjava riqueza. Afinal ela sabia, que o amor era sua maior fortaleza. Lutou. Ajudou. Fazia da doação, o milagre de multiplicar o pão. Porta aberta para todos que faziam procura por ajuda, mesmo sem muito pensar. Amor não vira as costas e confia que algum jeito há de se dar. Nessa vida de dificuldade, a menina se via inserida. Mas sobrava amor e não faltava comida. Tudo vinha como resposta à certeza dessa missão. Tudo vinha leve e sem nenhuma vergonha. Pois ela via como presente, toda e qualquer doação. Felizes lembranças de momentos com motivos fortes para serem só tristeza. Mas a mãe já tinha demonstrado… Quem amor dá, amor tem. E amor é o maior dom de todo e qualquer alguém…
Mas dinheiro é que paga conta. Nesse mundo feito de carne e osso. Bondade enche o coração, mas despesas esvaziam o bolso. Nesse difícil contexto, os filhos queriam auxiliar. Tati também quis fazer sua parte, mas a mãe, só fazia filho estudar.
Depois do amor, pregava o conhecimento. Queria diferente o destino para sua continuidade. E a menina cheia de vida, que sempre se viu rodeada de ensinamentos, honrou e cursou faculdade. Mais do que uma promessa, usou estudo como ferramenta. Muitos anos depois, mesmo sem a mãe para apreciar seu feito, recuperou por ela, tudo que era de direito.
E a nova mulher que nasceu com a solidariedade no DNA, partiu seu caminhar, com o amor que sempre teve, rumo à grande família que iria formar. Veio marido, veio filho. Veio filha também. Veio todo mundo que procurou morada. E hoje, como a mãe, ela oferece o coração que só cresce e também o recurso que do seu trabalho floresce. E faz de cada ato de bondade um multiplicar de felicidade.
Ela considera seus atos de generosidade, o mínimo a ser feito. Sente até como obrigação. Pra nas lembranças doces e ternas da infância, fazer retribuição. Na natural corrente do amor, continua o trabalho da mãe. Ajudar fazendo o bem. Me diz se essa alma linda não precisa perceber o grande valor que tem?…
Seu olho brilha intenso. Sua fala vibra verdade. Seu coração se mostra imenso. Faz, sente, vive e como a mãe, arrasta atitude com o exemplo. Vive dentro do amor, que aprendeu a importância. Age como acredita. Converge com valores e faz tudo consonância.
Se tornou exemplo de transformação, não só pelas conquistas, mas por mostrar possível inibir a dor da realidade com amor, bem enorme e intangível. A mãe multiplicou esperança e bondade e Tati é prova viva de que dar e receber amor é sinônimo de felicidade.